A alternativa? Continuar a treinar...

A alternativa? Continuar a treinar...

Os efeitos do COVID-19 são evidentes na saúde, educação, economia e comércio, e no ecossistema desportivo não é diferente. Com as medidas de confinamento, as provas adiadas e os eventos cancelados, vemos os nossos objetivos serem obrigados a fazer uma pausa. Adicionalmente, a incerteza dos tempos que se avizinham podem colocar a motivação, outrora indomável, guardada num recanto da nossa memória.

Apesar do cinzento com que se pinta a realidade do agora, nem esta pandemia consegue anular os intrínsecos valores do desporto que observamos naqueles que há anos veem no exercício um escape para a rotina e uma forma de se manterem activos e saudáveis.. 

São claras as melhorias no bem-estar, quer físico quer mental, do corpo quando fazemos exercício. Não priorizando nenhuma destas características, este isolamento trouxe-nos duas valências que podemos destacar. A primeira está relacionada com a importância que ter um consumo máximo de oxigénio (VO2max) pode assumir na resposta perante qualquer infecção respiratória. Uma vez que sabemos que melhores indicadores neste campo remetem para um melhor funcionamento dos nossos pulmões – e no combate a um vírus que afeta principalmente a componente respiratória, toda a ajuda é bem-vinda.

Adicionalmente, esta pausa dá tempo ao nosso corpo. A paragem forçada pode também ser vista como uma oportunidade para preparar o corpo para o futuro. Manter uma atividade devidamente estruturada, intensa e consciente nesta fase, irá criar adaptações relevantes para os momentos de performance que se avizinham (num futuro que esperamos próximo).

Existe inevitavelmente uma transição entre a busca por resultados em provas – indicadores quantitativos – e a necessidade de melhorar a qualidade da performance individual tendo como único indicador as sensações e adaptações obtidas durante os treinos. Este processo, psicologicamente mais exigente, vai sem sombra de dúvidas dar os seus frutos no regresso aos grandes palcos desportivos. Um treino bem consolidado reflete-se num desempenho melhorado.

Existem aspetos que nem sempre são trabalhados e que podem fazer todo o sentido serem treinados nesta fase… Aquela dor persistente no glúteo, a falta de resistência muscular a partir de um certo número de kms, as dores de gémeos e no tendão de Aquiles… Sem competições à vista porque não prepararmos o nosso corpo para estar mais capaz para os desafios que mais tarde ou mais cedo voltaremos a ter?

Quando olhamos para grupos como os run2improve (projeto run4exellence destinado a corredores) vemos espelhadas estas considerações. Estes corredores, agarram-se à dedicação e superação, características bem presentes na corrida, e enfrentaram o potencial destreino com responsabilidade e prazer. Não se acomodaram às restrições e aos medos, obrigaram-se a sair da zona de conforto e a fazer treinos novos e desafiantes, sempre sobre orientação técnica, e irão colher todas as adaptações dos esforços que semearam. É esta a abordagem que se responsavelmente se deve procurar.

Consultas de corrida

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Curso de formação sobre Corrida

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